Samson Flexor no MAC USP

 

Samson Flexor - A Dobra do Desenho

Exposição no MAC USP apresenta, a partir de desenhos, esboços e estudos, um panorama da carreira de Samson Flexor (1907-1971) que, vivendo no Brasil, formou uma geração de pintores ligados ao abstracionismo geométrico.

 

O Museu de Arte Contemporânea da USP inaugura no próximo dia 6 de agosto, às 19 horas, a exposição Samson Flexor – A dobra do desenho. A mostra reúne 76 obras do acervo do Museu e da coleção da família Flexor, sediada em Paris, que desde o ano passado já passou pela Moldávia, Romênia, Bélgica e França, em exposições comemorativas ao centenário de nascimento do artista, coordenadas por seu filho, André Flexor. São Paulo é a quinta cidade a receber as obras, a maior parte delas da fase brasileira de Flexor, entre 1948 e 1970.  O diálogo entre os dois acervos oferece um panorama do processo criador de Flexor e uma oportunidade de explorar sua produção de desenho poucas vezes vista. Para Carmen Aranha, curadora da exposição e docente do MAC USP, essa produção é "um diário gráfico para a construção do pensamento espacial, à procura da visualidade que construirá a pintura, o principal meio expressivo de Flexor".

 

Para focalizar o processo criativo do artista a exposição traz um grande número de estudos – desenhos a lápis grafite e tinta nanquim – mostrando um recorte do trabalho de ateliê que permite ao visitante ter contato com aquilo que, normalmente, não é tornado público. "Ao observar esse conjunto de estudos percebemos que a arte é resultado do trabalho meticuloso, da dedicação ao exercício do fazer, uma busca constante por uma linguagem que se dá ao longo do tempo", explica Evandro Nicolau, assistente de curadoria. A exposição propõe um percurso de desenhos a partir de quatro pinturas que representam os quatro pontos de transformação - as dobras - da linguagem do artista: Organismo, Expressão, Diagrama e Espaço.

 

A obra Carrasco, de 1968, realizada três anos antes da morte do artista, é o ponto de partida da exposição. Neste segmento da mostra, denominado Organismo, a pintura é uma arqueologia da forma humana e os desenhos refletem a construção do tema e o pensamento artístico de Flexor, com uma aproximação da figuração. A partir de Pintura (1960), uma grande tela com pinceladas e gestos vigorosos, Expressão situa a liberdade gestual que se desdobra em grupos de desenhos e mostram a construção da linguagem. Diagrama, outro ponto de transformação, reflete-se no espaço da composição visual Geométrico Grande (1954) e realiza a dobra da abstração, da geometria, da matemática que calcula espaços e, pela forma, soma pentagramas, hexágonos, quadrados, círculos e losangos. Espaço é o último ponto do percurso. Nele, a partir da obra Modulação (1954), o conjunto de desenhos revela uma universalidade formal com os poucos elementos que ordenam a conquista de um espaço-síntese construtivo, característica essencial do trabalho de Flexor.

 

Samson Flexor nasceu em 9 de setembro de 1907, na cidade de Soroca, na Bessarábia, na época uma província russa que mais tarde integrou a Romênia e hoje faz parte da Moldávia. Teve uma formação sólida em instituições reconhecidas como a Academia Real de Belas Artes (Bélgica) e as parisienses Ranson e De La Grande Chaumière. Foi aluno de Bissiére e freqüentou os ateliês de Picabia, Léger, Lhote, Matisse e Signac. Fundou e dirigiu o Salon des Surindépendants com Salvador Dali e René Magritte, entre 1929 e 1938. Lutou na Resistência Francesa, quando iniciou a série de estudos expressionistas e cubistas "Composições sobre o tema da paixão". Em 1948 mudou-se para o Brasil, radicando-se em São Paulo. Pouco depois, em 1951, fundou e orientou o Ateliê Abstração.  "Flexor faz parte do grupo de artistas estrangeiros radicados no Brasil durante a década de 1950 que, por sua atuação e participação nos meios artísticos do país, criou uma geração de pintores voltados para as questões dos movimentos abstracionistas, formal e informal", define Carmen Aranha.

 

A exposição permanece em cartaz até 21 de setembro no MAC USP Cidade Universitária (Rua da Reitoria, 160). A entrada é gratuita e o agendamento para visitas de grupos pode ser feito pelo telefone 11 3091.3328. O Museu fica aberto ao público de terça a sexta-feira das 10 às 18 horas e aos sábados, domingos e feriados das 10 às 16 horas.

 

 

 

Exposição                              Samson Flexor – A Dobra do Desenho

Curadoria                                  Carmen Aranha

Assistente de Curadoria            Evandro Nicolau

Abertura                                   6 de agosto de 2008, 19 horas

Encerramento                           21 de setembro de 2008

Funcionamento                         Terça a sexta das 10 às 18, sábados e domingos das 10 às 16 horas

Local                                        MAC USP Cidade Universitária

                                               Rua da Reitoria, 160

Telefones                                  11 3091.3039 (Geral) / 11 3091.3328 (Agendamento)

                                               Entrada franca

                                               www.mac.usp.br

 

 

 

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